domingo, 13 de julho de 2008

Reencontro

É comum vagar-se por aí sem saber qual o verdadeiro rumo, qual o verdadeiro ponto de chegada e ter a sensação de um vazio imensurável.Durante muito tempo em minha vida me deixei dominar por estas estranhas sensações. Permiti, inclusive, que elas me limitassem os passos. Aprisionei-me em mim.

O fenômeno em meu interior era como o passado pelas geleiras. Quanto maior a geleira, e mais intensa a ação da natureza,maiores as modificações capazes de partí-la. O todo torna-se suscetível a modificar-se em várias fragmentações. Muitas peças se espalham e acabam confundindo-se com outros fragmentos de diferentes origens.

Assim era o meu ser. Confundia-se no universo do mundo, fragmentado. Um monte de realidades vividas, experimentadas, expostas num contexto deveras amplo e complexo.

Os efeitos da natureza que causavam as rachaduras e por consequência as partições, eram as mudanças pelas quais eu ansiava passar, as barreiras as quais eu necessitava transpor. As faixas que deveria tirar de meus olhos. As faces e os versos com os quais deveria combater.

Hoje, defronto-me com a ação na natureza não como algo doloroso, responsável por me partir, mas sim como algo fantástico, pois os conflitos e embates servem também para identificar em nossas almas os fantasmas ocultos. Trazem à tona as vozes caladas pelo medo da verdade de Si.

Ao reencontrar minhas partes, ao identificá-las, consigo reunir meu ser. Não sou capaz de colar os pedaços de gelo espalhados. Ninguém nunca será, mas hoje sou capaz de identificar o que um dia se perdeu de mim. Sou capaz de achar-me dentro do meu interior e reunir o significado de cada experiência, boa ou ruim, pela qual passei.

Hoje sou capaz de reencontrar-me comigo...

Sou feliz assim!

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